Olá
Nerds e Nerdas, tudo bom? No dia 13 de fevereiro saiu uma matéria no
jornal O Globo, mais precisamente na página 29, na seção de Ciência,
cujo título era: Violência em videogames estimula agressividade. A
reportagem pode ser lida clicando AQUI.
Não preciso dizer que o fato de ter as
palavras videogame e violência chamaram a minha atenção. Entretanto o
que, realmente, chamou a minha atenção foi o começo da reportagem com os
seguintes dizeres: “Uma nova leva de pesquisas começou a esclarecer
o que pode e o que não pode ser dito sobre os efeitos de jogos
violentos, cada vez mais realistas. (…)“. Ao terminar de ler a reportagem eu pensei: “Mais uma vez precisam culpar alguém e a bola da vez são os jogos“.
Fato que essa “leva de pesquisa” está diretamente associada ao tiroteio em Newtown.
Acredito que essa não será a última
pesquisa sobre o tema. A verdade é que as pesquisas podem ser
tendenciosas, para os dois lados, mas para mim está claro que isso só
voltou a mídia por causa de Newtown, conforme citado acima. Diferente de
alguns amigos não pretendo rebater a reportagem com pesquisas dizendo o
contrário e o benefício que os jogos fazem. Fazer isso, no fundo é
gastar energia à-toa.
Não nego que jogos violentos, e cada vez
mais realistas, possam ter algum efeito nas pessoas, principalmente nas
crianças, mas assim como os filmes, todo jogo possui uma classificação e
cabe aos pais policiarem seus filhos. Se há um jogo
com violência, cuja classificação é de 18 anos, por que um menino de 14
estaria jogando? Será porquê o pai acha que não vai afetá-lo? Será por
que é apenas um jogo? Será porquê o menino vai se divertir? Será porquê
assim o menino fica quieto e os pais podem se dedicar a outra coisa?
A grande verdade é que parte dessa culpa
também é dos pais, não só dos jogos. O problema é que é mais fácil
culpar os jogos do que a responsabilidade da criação de um filho.
Creio que para compreendermos melhor
esse tipo de coisa precisamos, também, entender a cultura americana. Não
sou nenhum sociólogo especializado, mas o pouco que sei é que é formada
por uma sociedade violenta, racista, preconceituosa e, principalmente,
por causa de 11/09 os norte-americanos passaram a viver em uma política
do medo. Outro ponto da cultura americana é o direito de usar armas de
fogo. Não vou entrar nessa questão, dizendo se isso é certo ou errado,
sei que isso vem desde sua independência.
A questão é que os jogos são violentos
por que os EUA são uma sociedade violenta. GTA é um exemplo de crítica à
sociedade americana. San Andreas nada mais é do que Los Angeles na
década de 1990 dominada por gangues. Os vários jogos sobre guerra, que
fazem os jovens acharem que a guerra é uma diversão, o são. Vale lembrar
que o próprio exército americano se utiliza dos jogos para alistar as
pessoas. Quem nunca ouviu falar em America’s Army?
O que quero dizer com isso é que os
jogos podem ser, em sua maioria, reflexo dessa sociedade. O problema, ao
meu ver, é que os americanos, por terem essa facilidade em adquirir
armas, em qualquer atitude de raiva sacam a que está na cintura e busca
“revolver” as coisas, bem ao estilo Velho Oeste.
Duas leituras muito interessantes sobre a relação do jogos com a violência são o artigo do Simon Parkin na Eurogamer (AQUI), que relaciona os jogos com a indústria de armas americana, e o artigo do Henrique Sampaio do Arena (AQUI), que além de citar o artigo do Simon aborda a mudança de alguns games criados que focam em outras características para atrair o jogador.
Para finalizar, gostaria de deixar claro
que hoje o mercado de jogos é muito grande e que haverá sempre
pesquisas abordando coisas positivas e negativas relacionadas ao jogos.
De uma coisa eu tenho certeza, tudo em excesso é prejudicial. Logo, seja
um jogo violento, realista ou qualquer coisa do tipo, se não houver um
policiamento dos pais, com relação a o que seus filhos jogam,
continuaremos a ficar sempre falando das mesmas coisas.
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